domingo, 8 de novembro de 2009


Canção de alta noite


Alta noite, lua quieta,
muros frios, praia rasa.

Andar, andar, que um poeta
não necessita de casa.

Acaba-se a última porta.
O resto é o chão do abandono.

Um poeta, na noite morta,
não necessita de sono.

Andar...Perder o seu passo
na noite, também perdida.

Um poeta, à mercê do espaço,
nem necessita de vida.

Andar... - enquanto consente
Deus que seja a noite andada.

Porque o poeta, indiferente,
anda por andar - somente.
Não necessita de nada.

Um comentário:

  1. Está lindo seu blog, Victor. Parabéns!
    Continue, não deixe de conhecer e divulgar as poesias dessa maravilhosa poeta.
    Um abraço!

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